Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
Ana Cristina
2 comentários:
Se seu nome é posto assim, abaixo do de Camões, fica parecendo que você e ele assinam o poema... O que, evidentemente, não é o caso, não é?
Arrume os versos corretamente e retire o título, pois este soneto não possui título.
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